Desde 2017, Caraguatatuba entendeu como prioridade a execução de obras de drenagem na cidade.
Intervenções feitas no Jardim do Sol, Tabatinga, Pontal Santamarina, Perequê, Travessão e Avenida Brasília já surtiram efeito imediato.
Outras obras estão em andamento e uma das mais importantes intervenções é o enrocamento do rio Juqueriquerê, a maior obra de molhes do Brasil. Mesmo ainda não finalizado, o enrocamento já está beneficiando a drenagem nos bairros do Porto Novo, Barranco Alto, Morro do Algodão e Rio Marinas. A obra completa será concluída em abril deste ano e o investimento gira em torno de R$ 42 milhões.
Foram justamente esses os bairros da Região Sul os mais atingidos pelas fortes chuvas de cabeceira que caíram sobre a cidade no final de janeiro. De acordo com os índices apontados pelos pluviômetros do Cemaden (Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais), o acumulado chegou a registrar 266 milímetros em 72 horas.
Dados da Defesa Civil de Caraguatatuba apontaram que o acumulado de chuva durante todo o mês de janeiro desse ano foi de 438,31 milímetros, sendo que o esperado para o mês na série histórica era de 297,4 milímetros, uma diferença de 140,91 milímetros, ou seja, choveu 47,38% a mais do que o esperado. Em síntese, choveu em três dias o que era esperado para um mês inteiro.
A principal causa dos alagamentos ocorridos em janeiro foram as chamadas chuvas de cabeceira de grande volume, ocorridas no sopé dos morros e projetadas para a planície da cidade, que acabam provocando o transbordo de rios e alagamentos.
O fenômeno meteorológico é considerado atípico e é atribuído à passagem do El Niño, já previsto para 2024 com forte intensidade. O El Niño, fenômeno natural categorizado como uma “anomalia climática” repete-se em intervalos irregulares, que costumam variar entre dois e setes anos.
Quando ocorrem as chuvas de cabeceira, toda a planície é alagada. E, no momento da drenagem, quando a maré está alta, ela atua como uma muralha, impedindo o escoamento.
Investimentos em drenagem
Os sistemas de drenagem implantados pelo município nos últimos anos ajudaram no escoamento das águas, mesmo em período de maré alta. E mesmo a obra ainda não finalizada do enrocamento do rio Juqueriquerê colaborou para facilitar a drenagem evitando assim uma situação muito mais grave.
Obras de drenagem continuam sendo o foco da administração e em 2023, a Prefeitura foi autorizada a contratar com a Desenvolve SP (Agência de Fomento do Estado de São Paulo) operações de crédito na ordem de mais de R$ 50 milhões para obras contra enchentes de Norte a Sul do município.
O prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Junior, afirma que as obras contra enchentes são de extrema importância e já surtiram efeito. “Choveu praticamente 50% a mais do que o esperado e pudemos observar que as obras entregues do Pontal Santamarina, do Jardim do Sol e da Avenida Brasília ajudaram no escoamento rápido apesar do grande volume de água”.
Aguilar Junior lembra ainda que outras intervenções importantes estão sendo realizadas na cidade, como as obras contra enchente na Rua Alta Tensão (Perequê-Mirim), bem como em ruas do Balneário dos Golfinhos.
Nos próximos dias serão anunciadas mais intervenções no POD (Programa de Obras de Drenagem). Serão beneficiados os seguintes locais: Rua Itália Bafi – Massaguaçu; Rua Henrique Maximiliano – Travessão; Rua Sebastião Francisco – Travessão; Avenida José Cândido Capelli – Porto Novo; Abra de Dentro – Pegorelli; Drenagem Tinga; Drenagem Olaria; Drenagem Cidade Jardim; Rua Alvarenga Peixoto – Aruan; Avenida Avelino Alves – Pegorelli; Drenagem Morro do Algodão; Drenagem Massako Sone; Drenagem Centro; Drenagem Verde Mar; Drenagem Pontal Santamarina; e Drenagem Rio do Ouro.
Limpeza de valas
A Secretaria de Serviços Públicos (Sesep) intensifica seu cronograma de ações preventivas para ampliar e melhorar a drenagem de águas pluviais em todo o município. A limpeza e desassoreamento de valas e canais visa preparar a cidade para o verão, quando as chuvas são mais intensas.
Na região Sul, cortada por inúmeras valas de canais de drenagem, o trabalho é realizado periodicamente, durante o ano todo, com o objetivo de facilitar a passagem das águas durante o período de chuvas, evitando assim alagamentos e enchentes.
Na região Norte, o mesmo trabalho preventivo é levado para córregos como o Capricórnio, Gracuí, Cocanha, além das várias valas de drenagem.
Já na região central, nos bairros Olaria e Casa Branca, a ação está concentrada no canal do rio Ipiranguinha, que corta o bairro, com o mesmo objetivo de melhorar o escoamento das chuvas.