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Caraguatatuba amplia vacinação contra HPV para vítimas de violência sexual

A partir do mês de setembro, a vacinação contra o papilomavírus humano, popularmente conhecido como HPV, será ampliada para vítimas de violência sexual, com idade entre nove e 45 anos de idade. A medida é uma determinação do Ministério da Saúde e garante a proteção das pessoas que ainda não são vacinadas ou que não completaram o esquema de imunização contra o vírus.

O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo e está associado a 80% dos casos de câncer do colo do útero e a mais da metade dos casos de câncer na vulva, pênis, ânus e orofaringe. Além disso, 90% das verrugas genitais são provocadas pelo HPV. A vacina HVP quadrivalente, disponibilizada pelo SUS, previne contra as principais complicações.

Atualmente, a vacina pelo SUS é aplicada apenas em crianças e adolescentes de nove a 14 anos e em pessoas de nove a 45 anos em condições clínicas especiais, como as que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos, imunossuprimidos por doenças e/ou tratamento com drogas imunossupressoras. A decisão de ampliar o público-alvo se alinha à recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Associação Pan-Americana de Infectologia (API).

A vacina será aplicada nas Unidades Básicas de Saúde do município, mas é muito importante que caso haja a violência sexual, a vítima procure no prazo de 24 horas, as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), para que seja feito todo atendimento correto, com medicações e exames necessários.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Helienne Santos, enfatiza a importância dessa prevenção não somente nas situações de violência sexual, mas na rotina, já que a vacina está disponível para crianças e adolescentes de nove a menor de 15 anos de idade em todas as unidades básicas de saúde. 

O esquema vacinal será da seguinte forma: pessoas de 9 a 14 anos de idade, do sexo biológico feminino e masculino, imunocompetentes vítimas de violência sexual receberá duas doses conforme Calendário Nacional de Vacinação de rotina, com intervalo de seis meses entre a primeira e a segunda dose; pessoas de 15 a 45 anos de idade, do sexo biológico feminino e masculino, imunocompetentes vítimas de violência sexual será esquema de três doses, sendo duas doses com intervalo de dois meses entre a primeira e segunda dose e a terceira dose seis meses entre a primeira e terceira dose; pessoas de 9 a 45 anos de idade, do sexo biológico feminino e masculino nas indicações especiais (vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos, imunossuprimidos por doenças e/ou tratamento com drogas imunossupressoras) vítimas de violência sexual será esquema de três doses, sendo duas doses com intervalo de dois meses entre a primeira e segunda dose e a terceira dose seis meses entre a primeira e terceira dose

Números – Dados de São Paulo destacam que 30% das vítimas de violência sexual atendidas nos serviços especializados, desenvolvem lesões pelo HPV posteriormente e que apresentam vulnerabilidades sociais e comportamentais de risco, como abusos frequentes. Dentre os mais de 9 mil casos de violência sexual ao ano registrados no estado de São Paulo, aproximadamente 80% ocorrem em faixas etárias abaixo dos 40 anos de idade, desses 50% entre nove e 25 anos de idade, 60% entre nove e 40 anos de idade.

Foto: Divulgação/PMC